MATURAÇÃO IN VITRO DE OÓCITOS BOVINOS UTILIZANDO MEIO CONTENDO FATORES LIBERADOS EM PRÉVIA MATURAÇÃO DE OÓCITOS
Resumo
A produção in vitro (PIV) de embriões bovinos é uma importante biotecnologia utilizada para a aceleração do melhoramento genético. Consiste de três etapas laboratoriais, sendo a maturação in vitro de oócitos (MIV), fertilização in vitro (FIV) e cultivo in vitro (CIV) (Thompson, 2000). A maturação in vitro envolve dois processos, a maturação nuclear e a citoplasmática. A maturação nuclear consiste na retomada e progressão da meiose até o estágio de metáfase II da meiose II e a extrusão do primeiro corpúsculo polar (Varago et al., 2008). Uma vez retirado do fluido folicular, que contem inibidores da maturação, a retomada e progressão da meiose ocorre independente das condições ofertadas no meio de cultivo (Gonçalves et al., 2007). A maturação citoplasmática é um processo de difícil avaliação e consiste basicamente na reorganização das organelas citoplasmáticas e na síntese de mRNA (Gonçalves et al., 2007). A ocorrência dos dois processos de maturação, nuclear e citoplasmático, permite ao oócito que, quando fecundado, tenha potencial para o desenvolvimento embrionário (Gonçalves et al., 2007; Varago et al., 2008) sendo a produção de blastocistos um fator fidedigno de avaliação indireta da maturação oocitária. Os meios de MIV mimetizam as condições encontradas durante o processo de maturação in vivo (Sangild, 2000). Esses eventos são desencadeados por uma cascata de fosforilação e desfosforilação das enzimas quinases e fosfoquinases que atuam no fator promotor de maturação (MPF), responsável pela retomada e término da maturação dos o ócitos em mamíferos (Gonçalves et al., 2007). O aumento gradativo destes fatores é observado durante o processo de maturação oocitária (Gonçalves et al., 2007). A hipótese deste estudo é que a maturação de oócitos bovinos em meio MIV onde foi maturado previamente outro grupo de oócitos aumenta as taxas de produção embrionária in vitro.