Lesão de Reabsorção Dentária Felina – Relato de Caso

  • Bruna Carvalho Watanabe Universidade Tuiuti do Paraná
  • Karoline Cristine de Lara Universidade Tuiuti do Paraná
  • Michelle Baptista da Cunha Universidade Tuiuti do Paraná
  • Nicolle Quevedo Cardoso Universidade Tuiuti do Paraná
  • Jéssica Portella Universidade Tuiuti do Paraná
  • Vinicius Ferreira Caron Universidade Tuiuti do Paraná
Palavras-chave: Odontologia. Gengivite. Odontoclastos.

Resumo

A lesão de reabsorção dentária (LRD) é descrita somente em felinos. É uma doença caracterizada por lesões erosivas do esmalte ou cemento, frequentemente situada na porção cervical do dente e classificada de acordo com origem e grau de acometimento, desde lesões superficiais em cemento e dentina, até a exposição pulpar e destruição completa da coroa dentária (CARVALHO, 2009). As lesões são mais prevalentes em dentes pré-molares, molares, caninos e incisivos, respectivamente, e na maioria das vezes estão localizadas na face vestibular (PIRES et al,2012). Estudos mostram que aproximadamente 60% dos gatos terão ao menos um dente acometido ao longo da vida, havendo predisposição em gatos idosos. A doença tem início devido à atividade de células especializadas chamadas odontoclastos, as quais, em condições normais, são responsáveis pela reabsorção das raízes dos dentes decíduos. De forma desconhecida, em determinado momento da vida dos gatos, células indiferenciadas transformam-se em odontoclastos e retomam o processo de reabsorção nas estruturas dos dentes permanentes. Fatores nutricionais, metabólicos, imunológicos, infecciosos têm sido implicados em estudos da LRD (VENCESLAU, 2016). Normalmente os animais apresentam-se assintomáticos no início da doença, entretanto com a progressão e destruição, acabam atingindo a polpa dentária desencadeando a sensação dolorosa intensa. A dor associada à LRD é resultado da exposição dos feixes nervosos presentes nos túbulos dentinários (PIGONE et al, 2012). Também são relatados sinais como halitose, disfagia, ptialismo, anorexia, desidratação, perda de peso, letargia, desconforto, dor, dificuldade de apreensão dos alimentos e alterações comportamentais. O diagnóstico é efetuado pela anamnese, sinais clínicos e por inspeção visual direta e radiográfica sob anestesia geral. Como lesão patognomônica, há a hiperplasia gengival inflamatória recobrindo a área destruída de esmalte e dentina na coroa, além de possíveis cálculos sob a gengiva. Durante o exame clínico da cavidade oral é evidente a perda de tecido dental na coroa ou no colo dos dentes acometidos. A radiografia intra-oral torna-se ferramenta fundamental para obtenção de um diagnóstico precoce, evidenciando radiolucência em coroa ou raiz, destruição radicular e anquilose (CARVALHO, 2009).

Publicado
2018-10-16