Efeitos do uso de enraizador natural na propagação sexuada de RAPHANUS SATIVUS L. (BRASSICACEAE) e assexuada de HIBISCUS ROSA-SINENSIS L. (MALVACEA)

Resumo

A viabilidade da produção comercial de mudas por estaquia ou germinação depende da capacidade de enraizamento de cada espécie, da qualidade das raízes formadas e do desenvolvimento posterior da planta. Atualmente, o uso do extrato da germinação de feijão como enraizador natural encontra-se difundido em diferentes mídias sociais e vídeos na internet, aplicado por senso comum em estratégias de propagação, mas sem testes para sua ampla validação científica. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial efeito do uso do extrato de germinação do feijão em métodos sexuado e assexuado de produção de mudas. Para tanto, o experimento sexuado foi conduzido em três tratamentos com 100 sementes de Raphanus sativus L. para germinação, sendo: T0 – controle, T1 – embebição no extrato do feijão por 20 minutos e T2 – embebição no extrato por 960 minutos. Já o experimento assexuado foi preparado com três tratamentos, onde o extrato de feijão figurou com estacas de Hibiscus rosa-sinensis L.: T0 – controle; T1 – imersão das estacas por 20 minutos em extrato e T2 – aplicações semanais do extrato. A análise dos tratamentos referentes ao experimento de germinação das sementes de rabanete (R. sativus), evidenciou uma porcentagem de plântulas formadas após 15 dias de apenas 65% no tratamento T2, menor do que aqueles observados em T0 e T1 (84% e 85% respectivamente). Já o comprimento do sistema radicular destas foi estatisticamente menor no T0 quando comparado ao T1 e T2. Observou-se ao término do experimento assexuado que todas as estacas de Hibisco estavam vivas e apresentando desenvolvimento ativo das gemas. A formação de raízes foi muito baixa devido ao curto tempo de duração do experimento, sendo possível ainda assim detectar na base das estacas grande quantidade de calos. As estacas basais (lenhosas) apresentaram-se mais vigorosas sob vários critérios e com tendência à maior formação de calos nos tratamentos T1 e T2 quando comparado ao controle.  Os resultados obtidos indicam uma possível tendência de efeito do extrato de feijão como enraizador na estaquia. No caso específico do rabanete, talvez o extrato possa vir a impactar no seu tempo de produção e produtividade. Em ambos os casos seriam necessários mais experimentos, com maior amostragem e tempo de desenvolvimento para validar as tendências observadas.

Palavras-chave: Propagação vegetal. Estaquia. Enraizadores. Extrato de feijão. Germinação.