Reconstituição imunológica de pacientes com Esclerose Múltipla submetidos ao transplante de células-tronco hematopoiéticas
Resumo
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença inflamatória crônica progressiva, de origem autoimune, que afeta a estrutura
e funcionamento do SNC. A degeneração causada pela EM resulta em incapacidade neurológica permanente a longo
prazo, além de alterações psicológicas e déficits cognitivos. O transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas
é indicado como tratamento alternativo para casos de Esclerose Múltipla agressiva refratária, tendo como objetivo
reconstruir um sistema imunológico mais auto tolerante, restaurando a capacidade supressora das células de
defesa. O objetivo deste estudo é realizar uma revisão de literatura para avaliar a reconstituição imunológica de
pacientes com EM submetidos ao Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas e analisar a eficiência clínica
do tratamento a longo prazo. Precocemente a função tímica é reduzida enquanto a MO assume o papel de
reconstituir rapidamente o acervo celular. Ao longo do tempo o timo passa a produzir células T virgens autotolerantes
aumentando o repertório de TCR. Ao mesmo tempo ocorre geração de novas Tregs naturais com maior expressão
de moléculas imunorreguladoras. Sinalizações inibitórias melhoradas de PD-1 também pode ser um mecanismo
imunorregulador, além da linfopenia de longo prazo que colabora para uma melhor tolerância imunológica. É evidente
que a imunossupressão de alta dose reduz drasticamente o repertório de células autorreativas suprimindo a resposta
inflamatória no SNC, no entanto clones específicos ainda podem ser detectados pós transplante sendo responsável
por remissão clínica da doença. Desta forma é essencial uma melhor compreensão dos eventos envolvidos no
processo para a obtenção de melhores resultados clínicos a longo prazo.
Palavras-chave: Esclerose. Célula-tronco. Imunologia. Leucopoiese