Qual visualidade para o êxodo em massa?
Resumo
A crise migratória de refugiados sírios e iraquianos não escapou da atenção de grandes instituições do fotojornalismo da atualidade. Para além das “obras primas” do fotojornalismo, a iconografia desta crise inclui as “imagens amadoras” realizadas pelos próprios refugiados, conforme os itinerários e as itinerâncias complexas, que desenham uma cartografia movente da migração. São imagens cuja sinceridade e valor demonstrativo inspiraram grandes redes mediáticas (Exodus: nossa jornada à Europa, BBC, 2016), que as consideraram expressões de uma autenticidade redescoberta. Em seguida, certas propostas artísticas se serviram de tecnologias militares capazes de elaborar mapas térmicos dos fluxos migratórios (Richard Mosse, Incoming, 2016), enquanto questionavam o lugar do espectador diante desta forma de exploração visual. Quais topografias da migração estes três modos de produção visual – jornalístico e canônico, amador e diaspórico, militar e artístico – estabelecem? Quais são as operações políticas a se reconhecer em cada um destes regimes representativos? É ao estudo das tópicas, crenças e perspectivas críticas encontradas no seio dessa triangulação visual do êxodo que este artigo se dedica.
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