Escute as nuvens que gritam
a exploração atmosférica do som em “Não, Não Olhe!”
Resumo
A experiência sensível do mundo é multissensorial, ainda que isto não seja tão evidente nas sociedades ocidentais, onde a visão é o sentido prevalente. Assim, o objetivo do presente artigo é demonstrar como a escuta impacta e modela diretamente a experiência sensível da realidade. Para isto, analisaremos como a audição é trabalhada em Não, Não Olhe!, filme onde o terror é frequentemente produzido por meio de seu desenho sonoro. Através de revisão bibliográfica e análise fílmica, examinaremos a teoria afetiva das atmosferas, segundo autores como Gernot Böhme e Tonino Griffero, e empreenderemos uma discussão teórica acerca da primeira cena em que a criatura sobrenatural de Não, Não Olhe! inspira pânico nos personagens do filme e em seus espectadores. Conclui-se, desse modo, que a escuta é uma ação que mergulha o indivíduo no mundo e formata integralmente sua experiência sensível.
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