O Pequeno e o Grande Emílio: elementos para pensar a pedagogia e a produção de subjetividades

  • Bruno Gonçalves Borges Universidade Federal de Catalão - UFCat

Resumo

O problema que pretende responder este texto pode ser resumido ao questionamento acerca do processo que levou a pedagogia a se tornar uma peça indispensável de uma engenhosa estrutura de produção de subjetividades na era capitalista. Para tanto, esse problema ganha contornos a partir do esboço de um cenário dual, em que há de um lado, um Pequeno Emílio, originário da obra rousseauniana , desprendido do desejo de formulação de um padrão subjetivo, ainda que aspectos de um naturalismo liberal sejam pertinentes a ele; e, de outro, um Grande Emílio, produto de uma “pequena”, mas incessante e, talvez, pretensiosa resposta ao problema do governo de si e dos outros por meio dos usos de uma pedagogia científica e suas variações, encerrada na ideia de formação plena de um corpo social que reduz a multiplicidade aos níveis economicamente produtivos. Ao propor a abordagem em questão, este texto lança mão de uma análise ao estilo esquizo dos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari de textos importantes para a filosofia da educação e da própria pedagogia em função de encontrar suporte para os elementos de uma produção subjetiva em curso que passa pela pedagogia.

Publicado
2020-03-05
Como Citar
BORGES, B. O Pequeno e o Grande Emílio: elementos para pensar a pedagogia e a produção de subjetividades. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 15, n. 39, p. 155-184, 5 mar. 2020.