A escola organizada em ciclos na sociedade de classes: pressupostos e antecedentes

  • Maria Apararecida da Silva Pedagoga na Rede Municipal de Ensino de Curitiba.

Resumo

Este estudo apresenta os pressupostos da organização escolar em ciclos, por
meio da retrospectiva de alguns momentos da história em que se fizeram
mais presentes, aqui denominados mecanismos de não-reprovação. O tema
fora abordado a partir de uma retomada histórica da escola burguesa, a fim
de expor seu modo de organização, bem como sua intencionalidade política,
em especial no que se refere ao controle ideológico, exercido naquele período
histórico, vinculado à consolidação do novo regime que se instaurava, a
sociedade de classes. Afirma-se que a escola burguesa já possibilitava, desde
o seu surgimento, uma organização não apenas por séries, mas também
por níveis ou ciclos. Portanto, esta não é uma ideia que, necessariamente
e por si, atende os anseios e necessidades dos trabalhadores. Neste texto,
defende-se a ideia de que escola organizada em ciclos não é uma novidade
como alardeada, principalmente em muitos dos discursos iniciados nos anos
1990, em função da implantação deste modelo de organização escolar
em diferentes capitais e estados brasileiros. Concluiu-se que esta ideia de
organização do tempo escolar tem pressupostos em “propostas” anteriores
e com intenções políticas concernentes aos interesses do grupo que as
reivindicava ou propunha, ou seja, algumas dessas propostas intencionavam
atender anseios dos trabalhadores; outras, entretanto, eram direcionadas
aos interesses e necessidades da ampliação do capital pela classe econômica
e ideologicamente hegemônica.
Palavras-chave: Organização escolar em ciclos; Mecanismos de nãoreprovação;
Escola burguesa; Controle ideológico; Sociedade de classes.

Biografia do Autor

Maria Apararecida da Silva, Pedagoga na Rede Municipal de Ensino de Curitiba.
Mestre em Educação pela UFPR.

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Publicado
2011-11-15
Como Citar
DA SILVA, M. A escola organizada em ciclos na sociedade de classes: pressupostos e antecedentes. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 6, n. 14, p. 94-111, 15 nov. 2011.