Teoria da ação comunicativa como fundamento ético da educação
Resumo
O objetivo desta pesquisa é a de refletir sobre ética e educação a partir das contribuições da Teoria da Ação Comunicativa de Habermas. Para compreender a posição de Habermas, no que se refere à reflexão ética e moral, é interessante partir da distinção entre três possíveis usos da razão prática: o uso pragmático, o uso ético e o uso moral. O que determina a ação, em cada um dos três casos é a motivação mais fundamental ou o interesse que a impulsiona. O procedimento metodológico que caracteriza
esta pesquisa é a revisão bibliográfica com utilização de fontes múltiplas de evidência. Os dados foram obtidos mediante uma profunda investigação bibliográfica. A Análise dos dados foi efetuada de forma descritivointerpretativa,
abordagem predominantemente qualitativa. Utilizou-se, para
tanto, a análise de conteúdo e a análise documental. Os dados revelam que, no universo da educação, o princípio norteador do agir, no uso moral da Razão Prática, é o problema da justiça. A moral surge de uma situação de
conflito relacionado com a ação: é um fenômeno interpessoal, comunitário ou social. Quando o sujeito, em interação com os outros sujeitos, seja de forma efetiva, seja como horizonte de sua ação, se pergunta sobre o que é
justo, ele faz uso da razão prática, segundo um novo princípio, o princípio moral. A razão prática rompe com as tradições e com as certezas ingênuas do mundo social nativo e se pergunta onde está a ação justa, ou o que deve ser feito para que a ação justa prevaleça.
Palavras-chave: Agir comunicativo; Ética argumentative; Moral; Pragmática; Educação.
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