Noção de tempo curricular. A abordagem histórica das mudanças curriculares para a compreensão das políticas de ensino

  • José Augusto Pacheco
  • Naura Syria Carapeto Ferreira
  • Lucy Moreira Machado

Resumo

O texto objetiva explicitar a abordagem histórica das mudanças curriculares para subsidirar as políticas de ensino a partir da noção de noção de tempo curricular. Para isto, utilizou-se do método de investigação como primeiro momento e após utilizar o método de exposição, como explicita Marx. Ao perquirir as determinações do objetto, capata-se a realidade que deve ser exposta. Realizou-se pesquisa bilbiográfica em documental em Portugal e no Brasil. Os dados apresentados são significativos e expostos para o debate. Assim, na busca da justificação das disciplinas em contexto escolar, Goodson aborda o conceito de tempo histórico para explicar as mudanças curriculares a longo, médio e curto prazo. Trata do conceito de tempo curricular com referência às mudanças na organização dos planos de sistematização das disciplinas e nos seus conteúdos. A análise estruturalista de Bourdieu permite responder a interrogação - o que é uma disciplina? - a partir da noção de campo, cuja formulação inclui “uma teoria global do espaço científico” e uma teoria dos conflitos, pois “o campo científico, tal como outros campos, é um campo dotado de uma estrutura e também um espaço de conflitos pela manutenção ou transformação desse campo de forças”, criando um sentido de pertença, conforme. A visão sociológica de Bourdieu faz com que a noção de campo epistemológico seja entendido como campo científico, no interior do qual as “diferentes disciplinas ocupam uma posição no espaço (hierarquizado) das disciplinas e que aquilo que nele sucede depende em parte desta posição”. As medidas políticas, apresentadas como reformas, ou como inovações, inscrevem-se no tempo político de uma dada governação, pois a necessidade de produzir normativos tem sido uma das constantes
1 Professor Associado c/Agregação, Universidade do Minho. Coordenador do Mestrado em Educação, área de especialização em Desenvolvimento Curricular. Braga/Minho/Portugal jpacheco@iep.uminho.pt
2 Professora Titular da Universidade Tuiuti do Paraná/Brasil. Professora (aposentada) da Universidade Federal do Paraná/Brasil. Professora/pesquisadora do PPGED – Mestrado e Doutorado em Educação da URP/Curitiba/Paraná/Brasil. nauraf@uol.com.br
3 Mestre em Educação pela PPGED – Mestrado e Doutorado em Educação da UTP. Diretora de Educação da Prefeitura Municipal de Araucária. Paraná/Brasil. lumorei@gmail.com
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Noção de tempo ... - José Agusto Pacheco et al.
dos ministérios da educação. O problema agrava-se quando as políticas curriculares, quase sempre enquadradas por modelos de racionalidades técnicas e determinadas pela lógica do Estado, tendem a criar uma distância enorme entre o que é o discurso da mudança e o que realmente acontece ao nível das práticas escolares.

Publicado
2018-11-01
Como Citar
AUGUSTO PACHECO, J.; SYRIA CARAPETO FERREIRA, N.; MOREIRA MACHADO, L. Noção de tempo curricular. A abordagem histórica das mudanças curriculares para a compreensão das políticas de ensino. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 5, n. 11, p. 14, 1 nov. 2018.