Do que era permitido ler às avaliações de leitura no Brasil: tensões e desafios
Resumo
O artigo analisa tensões e desafios do processo de leitura no Brasil, desde o queera permitido ler até às avaliações institucionais. Optamos pela realização de pesquisa de abordagem qualitativa, exploratória, com vistas a levantar aspectos que indicam como a leitura vem sendo retratada em avaliações institucionais, como o Programa Nacional de Avaliação dos Estudantes (PISA, 2019), a Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB, 2018), na pesquisa Retratos da leitura no Brasil (2016) e Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF, 2018). Primeiramente, trazemos uma reflexão sobre a leitura a partir da sua “instabilidade”, tomando as decisões políticas como “constantes sociais”. Em seguida, apontamos que políticas públicas encaminharam a leitura, demonstrando como se estruturam os direcionamentos no Brasil, após a Constituição de 1988. Na sequência, constatamos a descontinuidade nas políticas educacionais, nos projetos de incentivo à leitura, na exclusão de acesso das classes sociais economicamente frágeis, na responsabilidade do Estado, que, entre outros aspectos, evidencia a não atenção dos poderes públicos para a formação de leitores. Os resultados indicam que os programas de leitura voltados à educação básica, no Brasil, traduziram-se pela seletividade desenhada pelas reformas educacionais, desde o período colonial. Porém, suportes e práticas de leitura transpuseram o tempo e compuseram as experiências de leitura que se apresentam hoje. No entanto, estudos se fazem necessários para que indiquem habilidades significativas de leitura que ainda não são garantidas a todos os estudantes da educação básica.
Copyright (c) 2020 Flávia Brito Dias, Romilda Teodora Ens, Jaqueline Salanek de Oliveira Nagel
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