Histórias de vidas de dois sujeitos egressos da educação de jovens e adultos de uma favela carioca
Resumo
A modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) é considerada como referência para o resgate de um tempo de estudo perdido, voltado àqueles que por algum motivo não tiveram acesso à escola. Também encontramos nas políticas públicas, referências de que a EJA pode atuar na emancipação dos indivíduos e, numa perspectiva pedagógica, de que pode contribuir para uma leitura de mundo mais crítica. Mas, que tipo de emancipação a EJA tem proporcionado aos seus estudantes? Tem contribuído para uma visão transformadora da realidade? Ou apenas vem atendendo aos princípios mercadológicos do modelo societário vigente? Para compreender esse contexto, realizamos pesquisa com dois indivíduos egressos da EJA, moradores de uma favela carioca. Ainda que nossos resultados não possam ser generalizados, contribuíram para entendermos que a passagem da classe trabalhadora por essa modalidade de ensino, dependendo da trajetória de vida e do contexto social em que se inserem, cumpre papel maior ou menor para inserção no mundo do trabalho. Esse acesso ao trabalho, leva ao entendimento de acesso a uma cidadania alicerçada no consumo de bens materiais e adaptação ao contexto socioeconômico vigente. Ainda que limitado o papel da EJA frente à perspectiva emancipatória, conforme defendem as teorias sociais críticas, do ponto de vista da condição do sujeito excluído socialmente, a EJA pode ser considerada como uma alternativa de ascensão social de cunho individual e material, e traz consequências profundas sobre a formação subjetiva.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Histórias de Vida. Emancipação Humana.
Copyright (c) 2023 Eduardo Silva de Freitas, Sônia Cristina Soares Dias Vermelho
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